terça-feira, 30 de novembro de 2010

POESIA - Para ela.

Eu gostaria de ter você do meu lado ..
de dividir os momentos bons e ruins ...
de ter você me ajudando, me auxiliando ..
e que isso pudesse ser recíproco ...
falar palavras de apoio, de afeto
demonstrações non sense de carinho ...
a dança no meio da rua, na chuva
o andar junto, agarradinho
o almoço desejado a dias ...
ou a soneca no banco do ônibus
poder lhe contar meus planos, desejos
e saber que és a única que vai elogiar, mesmo com os defeitos
poder ter você enxugando as lágrimas
e dizendo eu te amo novamente
é isso que eu quero que ocorra
entre a gente.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

POESIA - Grão

Já reparou ?!

A vida nasce do grão. Não ?
Sim, a vida nasce às sim.

Do Grão João ?!
Mãe, como eu nasci do grão.
Simples semente plantada em meu ser
Ser semente gerou você.

Do Grão Chão ?!
A semente da melancia
cuspida no chão.
Do chão grão, árvore então.

Do Grão Água ?!
Essa eu quero ver ....
Mole, a água é gota grão
que cai e molha o chão
dá vida ao sertão
e alimenta a outros grão.

Se Do Grão, chão
água, árvore;
eu não sei mais o que
deixou de ser grão.

E se a chuva, o fruto e a vida.
Tudo que reconheço num dia.
Veio do grão.

O que fazer se hum dia,
mas se num breve dia.
Acabar e não tiver mais grão no chão ?


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A palavrinha e o palavrão

Por muito tempo durante a minha infância me foi dito que era feio falar palavrão. E eu, toda vez que fala um, disfarçava para que minha mãe não ouvisse e muito menos viesse bater em mim. Então, ao falar um palavrão, o diálogo que acontecia era mais ou menos o descrito abaixo:

Mãe: - "O que você falou aí ?!"
Eu: Nada mãe
Mãe: - "Eu ouvi, você falou um palavrão ?!"
Eu: Não mãe
Mãe: - "Eu ouvi um palavrão ?!"
Eu: Eu disse apenas paralelepípedo

E esse passou a ser o sinonimo para palavrão - paralelepípedo. Era um tal de tentar disfarçar para não apanhar que, quando eu percebi, além deu ter me viciado nessa palavra, ainda tentava viciar e policiar os outros.

Durante muito tempo levei que palavrão que se presa, tinha era que ser grande. Não precisava fazer um estrago na boca e muito menos ser daqueles que é preciso culhão para falar; mas apenas grande - paralelepípedo, inconstitucionalissimamente e por aí vai a listagem.

Ao entrar na faculdade, a cada aula, a cada conversa, a cada evento obtive contato com outras palavras. Sim, não eram palavrões; mas o fato de que eu desconhecia o seus significados me era arrasador. Isso me fez estudar para que eu pudesse aprender e compreender o significado de cada uma delas e não apenas repetir porque elas eram bonitinhas, porque eu era cult ou porque estava na moda.

Mas, no último período de faculdade, tive uma aula que me fez despertar para tentar entender o significado da palavra ética. Sei que não é um palavrão, mas a palavra ética, desde que entrei na faculdade me causou sofrimento. Afinal, a ética é geral ou singular; para um ou todos; mutável ou imutável e tantos outros questionamentos foram ficando por terra no momento em que tive uma professora que se referia ao seu filho como Geral.

Hoje, vejo a diferença entre a ética - mais precisamente entre os códigos. O de Serviço Social é grande, como um livro; já o de Jornalismo, curto e grosso. E o dos roteiristas é um frente e verso. E essa diferença me faz (mesmo que não tenha ligação direta) perceber quão diferentes somos em nossas questões éticas.




terça-feira, 9 de novembro de 2010

POESIA - Do alto e do chão

Do alto
vejo casas,
vejo grandes lagos e
árvores com muito verde.

Do chão
vejo que as casas são de papelão
os lagos são poças de esgoto
e o verde é lixo, fede.

Do alto
o céu é azul,
o dia é feliz
e na noite as estrelas brilham.

Do chão
o céu se turva com a fome
o sorriso se esconde na necessidade
e na noite a estrelas são companheiras de sono.

Do alto
olhava em todas as minhas viagens de avião,
desejando chegar,
desejando pousar,
desejando pisar naquela terra, naquele chão,
desejando conhecer o povo desse mundão.

Do chão
olhava para o céu
buscando entender
como a fé, do alto
não olhava pra você
não olhava para mim
não olhava o sofrimento, a situação
pobre do povo, pobre da nação.

Do alto
das cadeiras de câmaras federais e estaduais
tem pouca gente, com salário de mais
que não consegue fazer leis e nem dar paz

Do chão
tem povo guerreiro, lutador
que não cansa de dizer
Sim senhora, Sim senhor
e fazer isso para ter
um pouco de paz e amor.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Elefante branco e o Taj Mahal

É claro que sei apreciar as coisas boas que a civilização fez, cultivou ou construiu para que hoje pudessemos ter como referências as obras e os cultos que por eles foram criados.

Uma das obras que mais despertam o meu interesse é o Taj Mahal, construído na Índia entre 1630 e 1652, numa época onde não tinhamos o menor avanço tecnológico para auxiliar nessa construção. O que me chama atenção não é a sua construção em mármore branco e nem o tempo para ser construída, mas sim o tamanho dessa obra, num tempo em que a tecnologia era escassa e a mão de obra era pouco especializada.

Já na próxima Tailândia, o que mais me chama atenção é o culto a um tipo específico de animal, o Elefante Branco. Animal considerado raro e sagrado, caso fosse achado deveria ser dado de presente ao Rei. Porém, por ser sagrado, sua posse não auxiliava seu dono em nada a não ser aumentar os custos com os cuidados e zelo com esse tão importante animal, sem poder dele usufruir de nenhuma forma.

Em 2003, teve início no Rio de Janeiro a construção da Cidade da Música. Uma enorme obra, tão grande quanto o Taj Mahal, a ser realizada pelo nosso prefeito na época. Além da obra consumir milhões em dinheiro público e demorar anos para ficar pronta, foi pseudo entregue em 2008, para uma pseudo inauguração com partes ainda inacabadas e muito ainda a se fazer.

Minha sensação, todas as vezes, ao passar por aquela construção, é que a pessoas que a idealizou era um homem de muitas riquezas (públicas, diga-se de passagem) e que desejava deixar um marco de sua gestão para a cidade. Não por sinal, a primeira coisa que me vinha a mente quando o início da construção, era o Taj Mahal - obra tão bela e visitada por todos, desejada por muitos e que seria pública, para desfrute e deleite do povo carioca.

Porém, a gestão desse "Imperador" terminou após a derrota nas eleições, e com isso, seu sucessor acabou herdando não uma grandiosa obra, mas sim um grande elefante branco. Um monumento inacabado, que consumiu rios de dinheiro público e que até o momento não serve para nada (na verdade é um grande buraco negro que somente serve para consumir dinheiro público).

Esperamos que esse elefante branco (que na Tailândia não pode ser dado, nem doado ou vendido) seja transformado em um grande monumento de utilização pública - visto que o dinheiro público foi investido. E que, para desfrute e deleite de todos, a Cidade da Música possa ser considerada futuramente patrimônio da Humanidade e uma das maravilhas da música (ou arquitetura, ou artes) modernas.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

POESIA - Quem quero

Quero afastar de mim as pessoas
De coração gélido e duro
Que não choram
Nem se incomodam
Com o que está a acontecer por aí.

Afastar de mim os corpos sem alma
Mentes sem memória
Que mesmo sabendo dos fatos
Reclamam e nunca fazem
mudar suas feições
Chorar ou sorrir.

Quero aproximar ao meu lado corações
que sentem emoções
buscam mudanças
vivem paixões
choram as perdas,
as contradições
sabem separar
vida e ilusões.

Quero pessoas vivas
sangue que corre na veia
boca que esperneia
olhar que incendeia
coração que bate
cachorro que late
sol que arde
e paixão que não se acabe.

E tenho dito ....

POESIA - Dor do questionador

Como pessoa, me frustro ao ver que as pessoas comemoraram uma morte; Como comunicador, me pergunto porque seis tiros de um snipper; Como pe...