terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Deslizando na razão

Infelizmente o ano começou com uma tragédia. O Rio de Janeiro, cidade conhecida pela festa, pela música, pela queima de fogos e tudo o mais na virada do ano; foi marcada por momentos de choro nesse Ano Novo.

As lágrimas derramadas nessa virada de ano não foram só de alegria e felicidade, mas também de tristeza e pesar. Afinal, em Angra dos Reis e na Baixada Fluminense, a chuva fez mais estragos do que podiamos imaginar.

Em Angra, a natureza veio com força total para retomar tudo aquilo que o homem cisma em destruir; já na Baixada Fluminense, nada que algumas obras que os governantes insistem em não realizar, fizeram com que o nível da água chegasse a um ponto de alagamento tamanho, que os mesmo perderam tudo, estão propensos a pegarem doenças e nada é feito.

Tanto em um caso, quanto no outro, existem pessoas que sofrem com a perda - não dos bens materiais, mas da vida. Só que as vidas agora também devem ter valores diferentes.

Pouco se vê das enchentes da Baixada Fluminense, talvez por já ser corriqueiro, talvez por ser em área de classe média para baixo. Em Angra, todo apoio aos que perderam suas pousadas.

Mas, não foi só a terra que cismou em deslizar. E mesmo com essa diferença na cobertura dos desastres, esse não foi o único deslize.

Um renomado jornalista, no seu noticiário de final de ano, após o encerramento da matéria, fez comentários maliciosos sobre os garis que encerravam a matéria desejando um feliz ano novo.

Mostrando que valores diferentes são dados para a vida humana, o mesmo queria que fossem empresários ou outros de classe alta a desejar feliz ano novo. Como eram garis, aqueles mesmos que recolhem o lixo que produzimos, mantendo a ordem em nossas cidades, eles não podem desejar feliz ano novo.

É constrangedor ver que ainda hoje percebemos esses deslizes. E sinceramente, acredito que apesar dos deslizamentos e alagamentos terem vitimado diversas pessoas, o deslize no carater - acredito eu - esse não tem como ser corrigido.

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